segunda-feira, 30 de maio de 2011

V caminhada pela calçada de Alpajares, Freixo de Espada à Cinta

Reportagem da Porto Canal da V caminhada pela calçada de Alpajares, Freixo de Espada à Cinta.

sábado, 28 de maio de 2011

V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares

No dia 21 de Maio de realizou-se em Freixo de Espada à Cinta mais um passeio pedestre, neste caso o V pela Calçada de Alpajares. Já há alguns anos que ansiava por conhecer com mais pormenor estas paragens. Surgiu mais uma oportunidade e aproveitei-a.
Há mais de 20 anos que passei pela Ribeira do Mosteiro pela primeira vez. Fiquei fascinado. Depois disso por lá tenho passado inúmeras vezes em passeios familiares mas também com grupos de alunos. É, sobretudo, na altura da floração da amendoeira que faço esse percurso.
Desta vez o "convite" apareceu na Internet e como encontrei mais um colega interessado em fazer o Passeio, lá estávamos no dia 21 de Maio, bastante cedo, depois de um interessante percurso pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
O "mata-bicho" estava marcada para o miradouro do Penedo Durão, um dos mais bonitos miradouros do Douro. A hora a que cheguei disseram-me disseram-me ser propícia para observação de grifos e abutres de Egito. De facto, não se fizeram esperar. Abundantes e em voos lentos mesmo junto dos penedos. A minha falta de prática neste tipo de fotografia não me permitiu grandes fotos, mas a emoção foi muita.
Ao poucos foram chagando vários autocarros de pessoas. A organização fala em 180 participantes.
Foram servidas inúmeras hipóteses para "matar o bicho". Cativou-me a uma bola de carne, ainda quentinha, e a fruta. Aproveitei para me abastecer de água, mas ela foi distribuída em vários pontos da caminhada. Não faltou o bom vinho da terra, mas, àquela hora, achei que não devia.
Aproveitei para ouvir algumas explicações sobre o movimento de placas e a formação desta escarpa quartzítica que se eleva a cerca de 500 metros de altitude. Novidade para mim foi a existência de marcas de seres vivos que habitavam a terra há cerca de 475 milhões de anos como os icnofósseis. Tudo isto só veio aumentar a minha admiração por este lugar.
A caminhada não começou exactamente no Penedo Durão, mas cerca de 5 quilómetros mais abaixo, junto à estrada para Poiares, freguesia também implicada na organização do evento (e a quem eu devo a minha participação, o que agradeço). Foram distribuídos bastões de apoio a todos os participantes e apercebi-me que iríamos ter a companhia de vários burros de raça Mirandesa e um conjunto de gaiteiro e tamborileiro para animar a caminhada. O som da gaita de foles a ecoar pelas montanhas é fantástico!
Confesso que ao longo dos primeiros 4 quilómetros me senti um pouco desiludido. Estava à espera de caminhar ao longo da escarpa sobranceira ao rio e afinal a caminhada desenvolveu-se a mais de três quilómetros de distância! Quando avistei a tenda onde iria ser servido o almoço, aí é que fiquei mesmo em baixo. Só depois percebi que a caminha não terminava ali, estava praticamente a começar.
Só depois de passar o Castro de S. Paulo, edificado na Idade do Ferro me entusiasmei com a caminhada. Neste ponto já os participantes seguiam espalhados ao longo de vários quilómetros, Confesso que fui o último a chegar ao Castro e por isso tive de recuperar algum terreno na descida da calçada.
Quando me encontrava nesse ponto é que o céu se cobriu de bonitas nuvens brancas e por isso segui o traçado zigzagueante da calçada com um olho no chão, outro no céu à procura de conjuntos perfeitos para registar.
É ao longo deste troço de calçada com cerca de 800 metros que pode ser observada a Fraga do Gato, onde muitos dizem estar gravada gravada uma lontra.
No final da calçada encontra-se a Ribeira da Brita. Os burros tiveram receio de molhar os cascos, mas os cães aproveitaram para se deitarem na água fresca. A temperatura foi-se tornando insuportável.
Ao longo de cerca de 2,5 km o caminho acompanha a Ribeira do Mosteiro. Aliada à frescura da vegetação e ao barulho da água corrente, havia ainda muito colorido de flores de várias cores. Algumas das que me chamaram à atenção foram a arruda e o fel-da-terra.
Depois de encontrada a estrada, a quatrocentos metros da estrada N221, de Barca de Alva, a a pouco mais do Rio Douro, a caminhada continuou para montante, subindo ao longo de 2 km até atingir as alminhas, ponte de referência muito conhecido. Ao longo deste percurso podem admirar-se formações rochosas únicas, mas, devo dizer que com o calor que se fazia sentir, muitos participantes já eram transportados pelas carrinhas da autarquia.
Quando cheguei às alminhas coloquei a hipótese de continuar caminhando ou apanhar também um transporte alternativo. Decidi continuar a caminhada, mas tenho que reconhecer que foi penoso. Felizmente nunca me faltou a água.
Este percurso ascendente do Picão da Ana, depois de atravessada a Ribeira do Mosteiro na ponte das Alminhas é muito bonito. Valeu a pena fazer um esforço e percorrer a vereda recortada no horizonte onde praticamente já não se avistava ninguém. Eram duas da tarde e estava um calor abrasador.
O último quilómetro foi feito já por um caminho onde as carrinhas não paravam de passar transportando participantes. Além do calor, havia pessoas que não estavam preparadas para este género passeio. Alguns usavam calçado muito pouco adequado, outros transportavam crianças de muito tenra idade. Uma equipa de bombeiros seguia na retaguarda, não sei se foram necessários.
Cheguei ao local do almoço às 14:30. Enquanto lavei as mãos e me refiz do esforço, chegaram os restantes participantes e foi servido o almoço, não sem antes o sr. padre ter feito uma pequena oração abençoando a refeição.
Par acompanhar com paisagens tão magníficas, só podia ser servida uma refeição à altura: e foi o que aconteceu. Caldo verde, sopa de peixe, frango no churrasco, sardinhas, etc. Para sobremesa havia arroz doce, melão e outras frutas. aproveitei para beber um pouco do vinho que tinha evitado no "mata-bicho" e saborear um bom pão e também bola de azeite, bastante saborosa.
Já perto das 16 horas começaram a sair as primeiras pessoas. Aproveitei para dar um passeio pelo castro e visitar as necrópole que aí existe. Também fiquei a conhecer o Muro da Abalona. Trata-se de uma espécie de muralha natural, com 5 metros de espessura e cerca de 20 metros de altura. É impressionante o que as forças da natureza conseguem fazer!
Regressámos de autocarro ao local de início da caminhada, a 1 km depois da aldeia de Poiares.
O percurso realizado neste V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares não seguiu nenhum dos traçados marcados como Pequenas Rotas. Apesar disso pareceu-me interessante desenhá-lo no mapa, já depois de ter realizado a caminhada. Ajudou-me a perceber por onde andei.
O balanço da participação nesta passeio e muito positivo. Além do convívio com as pessoas, foi um dia de contacto com a natureza, flora e fauna espectaculares, mas, sobretudo, a geologia. Mas foi o conjunto que tornou este passeio único e inesquecível.

Percurso feito no V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares
GPSies - V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares

sexta-feira, 27 de maio de 2011

V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares (03)


Reportagem da Localvisão do V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares realizado no dia 21 de Maio de 2011.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares (02)

A admirar a paisagens no Penedo Durão, antes do início da caminhada.

Os primeiros passos rumo à Calçada.

Pouco antes da chegada ao Castro de S. Paulo (e início da descida da calçada de Alpajares).

No final da calçada de Alpajares há uma pequena ribeira que termina na ribeira do Mosteiro, poucos metros mais à frente.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares (01)

Primeiras fotografias da V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares, realizada no dia 21 de Maio pelo Município de Freixo de Espada-à-Cinta e a Junta de Freguesia de Poiares com o apoio da Turismo do Douro.
Foi um dia cheio de entusiasmo (e algum suor) que pretendo descrever em mais pormenor em próximas reportagens. Não faltou a gaita de foles e o tambor que deram mais colorido e vida aos rochedos ciclópicos que rodeiam a calçada.
Alguns dos meus colegas de caminhada, já na parte final da caminhada, junto à Ribeira do Mosteiro.
Tenda onde se realizou o almoço. Embora no campo, não faltaram iguarias e o bom vinho de Freixo para compensar as energias gastas na caminhada.